terça-feira, 6 de julho de 2010

O Vento.

O vento,
Me assopra, me lambe-arrepia, me despenteia, e vem me abraçar.
Me enlaça, me roda, me gira, me tira do prumo prá depois me largar.
De volta, me canta no ouvido, faz um novo zumbido e vai se aquietar.

Cantando, volta outra vez, dá um gemido, um rodopio, prá de novo parar.
Que vento, que coisa louca, me beija na boca me faz delirar.
Gargalha, alto no tempo, levanta minha saia, me obriga a dançar.

Que vento,
Que coisa boa, me leva prá longe, prá que eu possa sonhar.
Sonhando, sigo o vento, batendo no peito, querendo entrar.
Entrando fica esse sonho, levado pelo vento, prá outro lugar.

Lugar, que desconheço, parado no tempo, querendo voltar.
Voltar, não sei prá onde, se posso me escondo, pro vento me achar.
Se acha, vento arredio, me abraça, me aquece, me põe a cantar.

No vento,
Minha voz, não permite, que cante ou que grite, com medo de errar.
Se erro, o vento me obriga, me assusta, me intriga, me faz questionar.
Questiono sua presença, a força que pensa, que posso voar.

Voar,
quem dera pudesse, ser vento ou ser ar, só prá me soltar.
Banhada de grande alegria, pegava o vento fugia pro mar.

Do mar, olhava de cima, nos braços do vento com sede de amar.
Amar, ao som do vento, querendo prá sempre, a luz do luar.
Luar, cercado de brisa, que hipnotiza, me faz poetisa, não deixa acabar.
Que o vento, fique comigo, grudado no umbigo, prá todo lugar!